domingo, 26 de fevereiro de 2012

Da Distância...

Durante muito tempo me disseram e tentaram convencer de que não era uma mudança de cidade ou um aumento de distância que me faria esquecer aquela pessoa, me faria não lembrar constantemente daquela mesma pessoa nem associar locais a momentos. A verdade é que realmente a distância aumentou e eu posso afirmar que a distância ajuda sim a esquecer…e muito!
Durante muito tempo, meses e meses, anos a fio o meu pensamento teimou em direccionar-se nem que fosse uma vez por dia, um simples segundo, para uma pessoa! Qualquer conversa entre amigos, família ou conhecidos daria para acabar no "assunto proibido", um qualquer lugar conduzia a momentos passados, um qualquer carro ou objecto familiar levaria ao mesmo destino de sempre. Desde que me afastei dos locais do costume, das pessoas do costume, dos eventos do costume, dos objectos do costume o meu pensamento começou a querer abrir novos horizontes. Não quer dizer que de vez em quando, e ainda vezes a mais, não caminhe na direcção errada, mas a frequência é muito menor e isto tende a gerar em mim uma paz interior que já há muito sentia, uma felicidade comigo própria que já nem sabia que tinha, um sorriso logo pela manhã que há muito tempo os espelhos não podiam ver. De facto, esta distância de milhares de quilómetros ajuda e ajuda em muito. Ajuda mais do que alguma vez poderia pensar! E em Valência, se começava a pensar que entretanto,em meses, regressaria a Portugal, começava também a planear qual seria o próximo destino, a aventura seguinte… E não, não encarava isto como uma fuga! Fuga é quem foge aos sentimentos, fuga é quem não encara a realidade, fuga é quem não assume a consequência dos seus atos, fuga é quem simplesmente não dá a cara por si mesmo. E eu dei, dei tempo demais, bati demasiadas vezes com ela no chão e tive que me levantar de novo e tentar encarar de forma positiva o mundo que me rodeava. Porém, há sempre um dia que tudo tem um fim, que se chega a um limite de saturação e que se diz que é hoje que chega; há um grito de basta! De não querer mais viver neste tipo de constrangimento e de querer mudar. O quê não se sabe, mas mudar algo para que tudo possa um dia ser diferente! E esse grito de basta chegou há algum tempo a mim... A verdade é que agora regressei e não posso negar que esta realidade e pensamento não voltou a estar mais presente, mesmo sem fazer nada para tal. Mas verdade também é que Basta!

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